domingo, 12 de maio de 2013

Homenagem pelo Dia das Mães !






“MÃE”

Ali estava escuro.
Não conseguia atinar onde eu estava, nem o que eu era.
Sabia que aquele lugar era quente e gostoso.
Eu ainda não tinha forma.
Era quase uma bolinha naquele lugar escuro.
O tempo foi passando e eu fui sendo como que torneada pelo meu crescimento.
Já conhecia bem aquele lugar e
Comecei a querer perceber algo além daquele meu pequeno mundo.
Foi então que eu a percebi...
Eu e ela éramos como uma só pessoa!
Aonde eu estava ela estava também.
Parei de prestar atenção em mim
E tentei me concentrar naquele  ser que me conduzia.
Ela passava horas falando em mim...
Passava sua mão sobre aquele lugar redondo onde eu estava.
E conversava comigo: “Eu queria que você fosse uma menina”.
Eu não sabia o que era ser menina.
Mas eu o queria ser, se isso a fizesse feliz.
O tempo passou, não sei quanto...
E a cada dia eu a amava.
Aquele era o lugar ideal para se viver!
Não importava o que acontecesse lá fora,
Porque ali dentro eu estava segura.
Um dia em que ela acordou, eu pressentia algo diferente no ar.
Houve um reboliço enorme e a levaram para um lugar chamado hospital.
Ela parecia sofrer, mas estava feliz.
E eu queria fazer algo, mas não sabia o quê.
De repente, houve uma quebra no meu mundo de paz e
A mão de um homem me segurou e tentava me arrancar do meu pequeno mundo.
Mas isso não me apavorou tanto quanto a ideia de ter que me separar dela.
Eu não conseguia entender nada!
Então eu experimentei algo que nunca havia sentido que me perturbou.
E eu chorei. (Mais tarde, vim a saber que era dor).
Levaram-me para longe dela.
Deram-me um banho.
E me colocaram num lugar cheio de pequenos seres iguais a mim.
Não sei quanto tempo se passou até que eu pude vê-la novamente.
Colocaram-me em seu colo e
Eu não conseguia, ainda, compreendê-la neste novo ambiente.
Mas pude sentir o toque daquela mão que tantas vezes acariciou
O lugar em que antes eu estava, como que tentando me alcançar.
Aquela mão...  o seu toque transmitia a segurança que eu perdera
Desde que havia sido tirada do meu pequeno mundo.
Ela olhou para mim e disse: - “É uma menina!”
Senti então, o toque dos seus lábios em meu minúsculo rosto.
Ela me apalpou, me abraçou e me amou mais ainda.
Eu não sabia o que me esperava naquele novo mundo.
Não era escuro.
Mas havia muita luz.
Não havia silêncio.
Mas sim muitos sons diferentes de vozes e ruídos.
Apesar de tudo ser novo e diferente...
Ela era a mesma! Sempre ao meu lado.
Sua voz era doce e seu colo macio.
Ela era agora o meu mundo.
Era insubstituível!
Seu nome, eu descobri – MÃE.
E como era doce dizê-lo.
Era um nome mágico, pois ao pronunciá-lo, ela sempre corria para perto de mim.
Hoje, já se vão muitos anos e ela continua insubstituível.
As suas mãos, ainda me dão o mesmo carinho.
E me transmitem a mesma segurança.
E seu nome ainda é mágico.
E ainda é mais doce dizê-lo:
MÃE!!

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Sílvia Néli Falcão Barbosa
De: ‘Manancial’ – 2º trimestre de 1993

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