Uma Poesia e Uma Reflexão

“Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: 

apalpai-me e vede...”  Lucas 24;39

“AS CICATRIZES”

1

Levando aos ombros, mui pesada cruz,

após penoso e longo caminhar;

chegou Jesus ao monte do Calvário,

açoitado, mas sem nada falar.

2

E ali então, naquela rude cruz,

Suas mãos e os Seus pés foram pregados.

Sangrando, o Salvador ali ficou,

pelos meus e pelos teus pecados.

3

E antes de dar o último suspiro,

o espírito ao Pai, Ele entregou.

Foi colocado em fria sepultura,

que um homem rico, providenciou.

4

E após ressuscitar mui vitorioso,

um dia com os discípulos encontrou;

e por ficarem atemorizados,

com paternal carinho assim falou:

5

- “Vêde as Minhas mãos e os Meus pés,

que sou Eu mesmo; apalpai-Me e vede...”

Mostrou-lhes Suas mãos e os Seus pés,

onde na cruz, Ele sofrera dôr e sede.

6

Tranquilos, ficaram deste modo,

os corações dos fiéis servos de Jesus;

ao verem ali naquele instante,

as marcas, que Ele recebeu na cruz.

7

Foi grande o sofrimento do meu Mestre,

em favor do homem pecador:

coroa de espinhos, a lança tão cruel...

e tudo,  pelo Seu imenso amor.

8

Eu sei que hei de ter ali no céu,

eternos dias doces, mui felizes.

E sei que hei de ver sempre em meu Mestre,

aquelas mui profundas cicatrizes.

Autora: Pérrima de Moraes Cláudio

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Uma reflexão

     Conta-se a história de uma senhora idosa,

que já nos últimos anos da vida compreendeu

que Jesus Cristo havia morrido por seus pecados

e que não fora justificada por suas próprias 

obras de justiça.

     Essa nova fé a levara a bandonar a religião

em que havia crescido e que anteriormente aceitava

sem discutir. Seus filhos estavam muito preocupados

com sua decisão e, por isso, ao cair gravemente

enferma, chamaram o padre.

     Da porta do quarto o padre disse:

     - "Vim para perdoar-lhe os pecados."

     - "O que foi que o senhor disse?

     perguntou a velhinha. 

     - "Por favor, repita o que o senhor disse; eu

não escuto direito."

     - "Eu disse que vim para perdoar seus pecados."

     - "Faça o favor de chegar para beira da minha cama,"

pediu a enferma. - "Eu quero vêr as suas mãos."

     Sem saber o que a anciã pretendia, o padre estendeu-

lhe as mãos; ela as tomou em suas mãos encarquilhadas.

Olhou demoradamente para elas. E então disse:

     - "Não, o senhor não pode perdoar meus pecados, de

modo nenhum. Aquele que perdoou meus pecados, tem as

cicatrizes dos cravos em Suas Mãos."

   Extraído - Revista Vida Cristã - Jan/Março 1989