domingo, 12 de janeiro de 2014

Duas Poesias sobre o Tempo



“O TEMPO”

1
Sou o tempo que passa, que passa,
Sem princípio, sem fim, sem medida.
Vou levando a Ventura e a Desgraça;
Vou levando as Vaidades da vida.
2
A correr, de segundo em segundo,
Vou formando os minutos que correm...
Formo  as horas que passam no mundo.
Formo os anos que nascem e morrem.
3
Ninguém pode evitar os meus danos...
Vou correndo sereno e constante;
Desse modo, de cem em cem anos,
Formo um século e passo adiante.
4
Trabalhai, porque a vida é  pequena
E não há para o tempo demora!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!

Autor:  Olavo Bilac

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“O  TEMPO”

1
Deus pede estrita conta do meu tempo;
é forçoso desse tempo já dar conta.
Mas, oh! como dar em tempo tanta conta,
eu, que gastei sem conta tanto tempo.
2
Para ter minha conta, feita a tempo,
dado me foi bom tempo e não fiz conta.
Não quis, sobrando tempo, fazer conta;
hoje, quero fazer conta e falta tempo.
3
Oh! vós, que tendes tempo sem ter conta,
não gasteis o vosso tempo em passatempo;
cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta.
4
Mas, oh! se os que contam com esse tempo,
fizessem desse tempo alguma conta,
não chorariam sem conta o não ter tempo.

Autor: Laurindo  Rabelo
              
“...remindo o tempo, porque os dias são maus.”  Efésios 5;16

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