domingo, 13 de julho de 2014

Uma Poesia sobre o Serviço Cristão



“COMPLETE O VERSÍCULO”


Como o jovem  da parábola, tu disseste:
- Não quero – quando o Pai te mandou cultivar a vinha.
Foi uma resposta cruel, mas sincera:
não é fácil partir quando pai e mãe
pedem que fiques;
quando o amor de tua vida te manda escolher
entre ele e Deus.
Como cortar esses laços, doces ao contato,
fortes como grilhões, que te cercaram
desde a infância com sua provisão de
carinho e cuidado?
Como gastar talentos e conhecimentos,
tão penosamente adquiridos, em lugares isolados
e distantes, como um construtor que, de pedra
em pedra, ergue uma catedral?
Por isso disseste – Não quero.
Eu te daria razão se não soubesse que só tens
uma mocidade para investir
e que foste escolhido pelo próprio Deus.
Um pouco mais, e descobrirás que tudo
que te parecia tão importante
não valeu teres desobedecido.

Lá fora, longe das paredes que te cercam e protegem,
longe do calor que te aquece o corpo e o coração,
está a grande vinha do Senhor:
corpos doentes, almas revoltadas,
crianças  que já trazem na fronte a marca da adversidade,
uma  juventude que procura no vício e na loucura
uma resposta à angústia que um dia sentiste
e da qual o Mestre te libertou.
Este mesmo Mestre que te desafia:
- Se me amas, guarda os meus mandamentos.
- Filho, vai hoje trabalhar na vinha.
Talvez te desse razão, se não me perseguisse
a lembrança daqueles que, dia após dia,
desincumbem-se da responsabilidade, que é tua também.
Lá estão eles sobrecarregados,
“cansados, mas não abatidos,”
transformando em “jardins os terrenos baldios da terra.”

Bem sei que não é fácil testemunhar,
ser autêntico num mundo corrompido,
não perder o rumo em meio ao furacão.
Quebrar os suaves laços que prendem como grilhões,
é obra de herói, gesto de um Deus.

 Ele os quebrou um dia quando pensou em ti.
Deixa que outros escrevam o nome
num pedestal de mármore ou bronze.
Segue o exemplo daqueles que preferiram furar um poço
no deserto e plantar duas ou três palmeiras
ao pé da cisterna.
Pode ser um trabalho que fira as mãos
e é provável que morras antes que cresçam as palmeiras.
Mas que é isso diante da alegria que te encherá o coração
ao pensar que na solidão do deserto,
sob o sol que mata,
haverá mais um oásis à espera do caminhante
sedento que o atravessa?

Ainda é tempo de obedecer,
de completar o versículo da parábola:
“... depois, arrependido, ele se levantou e foi.”
Ainda é tempo de obedecer.
Não  tentes subornar Quem te escolheu.
Antes que as portas se fechem,
levanta  e dize:
- Eis-me  pronto a cultivar a vinha,
a povoar o céu!

              . . . . . . . . . . . . . . . .


Autora:   Myrtes Mathias – De: “HÁ UM DEUS EM TUA VIDA”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

window.setTimeout(function() { document.body.className = document.body.className.replace('loading', ''); }, 10);