domingo, 19 de outubro de 2014

Um fato verídico sobre o cuidado de Deus !






"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor, Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e n'Ele confiarei... Porque Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas e debaixo de Suas asas estarás seguro... Porque a Seus anjos dará ordens a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos." - 
Salmo 91; 1-4,11.

"PODEROSO PARA GUARDAR"
Rev. M. Porto Filho

Numa noite de domingo, durante o segundo verão da Guerra Civil na América do Norte, um jovem soldado confederado, John Roberts, foi designado para ficar de sentinela num bosque à margem de uma estrada, no estado de Virgínia. A noite estava quente, opressiva. John Roberts, cansado e sonolento. Tudo ao redor, era silêncio. De quando em vez, apenas o rumor de um esquilo saltando entre os ramos, ou os característicos ruídos noturnos da floresta. Subitamente, o coração do soldado bateu mais apressado, e insuportável sensação de perigo pôs-lhe um calafrio pelo corpo. A treva o cercava, cheia de mistérios, e, por entre ela, nada senão o vulto das árvores e o balançar das ramadas, que tornavam a noite mais negra e temerosa naquele esconderijo. Roberts, arrastando-se com cuidado, arriscou um olhar pela estrada, que se desenrolava numa faixa embranquiçada entre os matagais de um outro lado. Nada viu de ameaçador ou suspeito. Volvendo ao abrigo primitivo, o soldado deixou-se arrebatar pela imaginação agora aguçada. A imagem da mãe e da velha igreja, em cujo coro cantara em criança, amenizou-lhe um pouco aquela sensação de solidão e perigo. E dos lábios, quase inconscientemente, nessa lembrança tão doce, brotaram-lhe, a princípio em murmúrio, depois em palavras nítidas que não conseguiu reprimir, as palavras de um hino muito amado:

                               Outro Amparo não achei
                                                        sem alento, venho a Ti.
                                                        Se me negas, morrerei:
                                                        voz da morte eu já ouvi.
                                                        Eu confio em Teu amor
                                                        e na Tua compaixão.
                                                        É meu forte defensor:
                               não me largue a Tua Mão.

Enquanto assim cantava, a lua emergiu de entre as nuvens e toda a estrada se clareou num banho de prata. John Roberts sentiu como se a sua luz lhe viesse varrer as sombras de perigo e temor que antes o oprimiam.
Alguns anos depois, terminada a guerra, estava cruzando o Atlântico, rumo a Inglaterra. Num domingo pela manhã, reuniu-se com vários outros companheiros de viagem num camarote para lerem a Bíblia e cantarem alguns hinos. O capitão, que dirigia o serviço religioso, pediu a Roberts que fizesse um solo. Alegremente, o moço atendeu-o e cantou o seu hino favorito, o mesmo que entoara naquela noite no bosque de Virgínia. Enquanto cantava, notou que um dos passageiros, levantando a cabeça, olhava-o surpreso, com um interesse estranho, numa atitude a um tempo admirada e comovida. Terminado o culto, o homem veio procurá-lo:- Sou Harvey Brandon, de Nova York, apresentou-se. Apreciei muito o hino que o senhor cantou. E creio - disse depois de uma pequena pausa - que é a segunda vez que o ouço.- E como John Roberts fizesse menção de achar isso impossível, pois era a primeira vez que o via, o outro perguntou:- O amigo não pertenceu ao Exército Confederado? E não esteve, em tal noite, de sentinela num bosque de tal estrada de Virgínia? - Sim, é verdade, respondeu Roberts, já agora mais do que admirado pela palestra. Mas... como pode o senhor saber isso? - Porque eu também estava lá. Era um soldado da União, do Exército contrário ao seu. Tirava serviço aquela noite. Com um grupo de patrulheiros, nos aproximamos daquele bosque e o descobrimos. O senhor era um alvo perfeito para nós. Apontei-lhe minha arma direto ao coração, e meus soldados também levantaram suas carabinas para fuzilá-lo. Nesse momento porém, o senhor começou a cantar: "Outro Amparo não achei; sem alento venho a Ti."  Baixei a arma, e disse a meus companheiros: Rapazes, é nosso irmão. Vamo-nos daqui.
Essa história, com toda a sua montagem perfeitamente teatral, é contudo, rigorosamente verídica. Houve, na verdade, John Roberts e sua gloriosa experiência com a infinita bondade e poder de Deus para salvar. E a vida está  repleta de histórias assim, porque Deus ainda não acabou, nem acabou ainda a geração de homens e mulheres cujo coração ainda pode dizer: "Ó Deus, Tu és o meu Deus. Em Ti confiarei!"

                                     (Extraído de "A Bíblia no Brasil" - Agst/Out. 1980)

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