“PARÁBOLA
DO PAI PRÓDIGO”
“Um
certo homem tinha dois filhos, e o mais moço deles disse ao pai: ‘Pai,
dá-me da porção do teu tempo, da tua atenção, da tua companhia e do teu
conselho que me pertencem.”
Ele repartiu entre eles a sua
fazenda, dando ao rapaz tudo de que precisava e enviando-o às melhores escolas.
Assim julgava estar cumprindo o seu dever para com ele. E poucos dias depois, o
pai ajuntou todos os seus interesses, aspirações e ambições e partiu para uma
terra longínqua cheia de coisas que não interessavam a um menino e ali ele
desperdiçou a preciosa oportunidade de se tornar camarada de seu filho.
E quando ele tinha gasto a melhor
parte da sua vida e tinha ganho dinheiro, surgiu uma grande fome em seu coração
e ele começou a padecer necessidade de verdadeira camaradagem. E foi, chegou-se
a um dos clubes daquela terra, do qual o fizeram presidente; e desejava encher
o seu coração com as bolotas que os seus companheiros comiam e nenhum deles lhe
dava uma amizade verdadeira.
E tornando em si disse: Quantos
pais têm filhos que eles compreendem e que são por eles compreendidos; que se
associam a seus filhos e parecem perfeitamente felizes em sua companhia, e eu
aqui pereço de fome da amizade de meu filho!
Levantar-me-ei e irei ter com o meu
filho e dir-lhe-ei: “Filho, pequei contra o céu e perante ti! Já não sou digno
de ser chamado teu pai; faze-me como um dos teus
conhecidos.” E,
levantando-se, foi para o seu filho e quando ainda estava longe, viu o seu
filho e se moveu de espanto e ao invés de correr e lançar-se-lhe ao pescoço,
procurou esquivar-se.
E o pai disse: “Filho, pequei contra
o céu e perante ti e já não sou digno de ser chamado teu pai. Perdoa-me e
faze-me um amigo teu!”
Mas o filho lhe disse: “Eu desejaria
muito que isso fosse possível, mas agora é muito tarde. Houve tempos em que desejava saber as coisas,
quando eu ansiava por sua camaradagem e conselho, mas o senhor estava muito
ocupado. Essas coisas encontrei fora, mas elas me foram perniciosas. Assim
arruinei minha alma e meu corpo e não há nada que o senhor possa fazer por mim.
É muito tarde, sim, é muito tarde.”
Extraído do Jornal: “Palavra da
Vida”
“Visão Missionária” – 3º
trimestre de 1987
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