“A CRIANÇA QUE EU
AMO”
Que criança você escolheu para amar?
Será que foi aquela menina loirinha,
de olhinhos azuis e belas covinhas?
Terá sido trigueira menina, brejeira,
traquina, que corre a brincar?
Que criança você escolheu para amar?
Por acaso seria o menino peralta,
bambino, catito, limpinho, bonito,
alegre a pular?
Ou será aquele garoto
gorducho,
maroto, exibindo saúde, sua bola a jogar?
Que criança você e escolheu para amar?
Quem sabe é aquele menino, escurinho;
escurinho, que ao sorrir, seus dentinhos
nos mostra branquinhos...
Pode ser, quem sabe, o menino educado,
em seu porte arrumado, como príncipe
a andar...
Que criança você escolheu para amar?
Será aquela criança franzina, menino ou
menina, que em seu coração já tem um lugar?
Ou será o menino que bate em sua porta
a pedir sem cessar, me dá pão, quero pão para
a fome matar...
Será esta criança que você escolheu para amar?
A criança que escolhi para amar, não tem cor,
não medi seu tamanho, seus cabelos, se louros
ou castanhos, nem vi...
Seus olhinhos, azuis ou pretinhos, nem sei...
Por onde eu andei eram tantas...
Vi crianças iguais, normais, anormais, vestidas,
despidas, risonhas, tristonhas...
Se comiam, não sei...
Por onde eu andei...
Só o amor quero dar.
Porque a criança que escolhi para amar,
Vive aqui!
Esperando por mim.
E o amor que digo profundo, para ela será.
Porque dela depende o futuro do mundo!
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Autora: Cora Gonzalez -
“VIDA CRISTÔ - 4º trim. 1974
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